WIlliam Fernandes

"Não aceito a idéia de dividir as pessoas entre boas e más; existem aquelas das quais gostamos, daí vem as outras.

Decidi incluir aqui um pouco da minha vida pessoal e alguns pensamentos próprios (sempre na cor preta), porque existem aqueles que gostam de saber quem é e o que pensa o autor.

O texto da página de abertura do site, bem como o desta página (sempre na cor branca) são da jornalista e amiga Stephane Schmidt, que tem uma longa história de apoio ao meu trabalho.

O que é íntimo , não se expõe.

No Bar Gutshof, onde toca aos fins de semana - 2021

William Fernandes tem uma vida reservada , fora das redes e dos encontros sociais. Mora com seu companheiro, com quem é casado  desde 2009, num sítio distante no interior da Saxônia, Alemanha.

Sabe que o que importa na vida são os amigos, as pessoas que amamos e ser uma pessoa boa; mas se não der para ser amigo, amável e bom com privacidade,  vinho e cachorro, ele fica só com a privacidade,  vinho e  cachorro, mesmo.

“Levar os outros muito a sério é um perigo. Levar-se muito à sério é patético e comovente.”

“Rir de si mesmo é o talento de desarmar os críticos e as traíras”

"Com a popularização das tecnologias de rede imaginávamos que o ser humano também evoluiria. Não foi o que aconteceu; as pessoas só passaram a se expor mais, a achar que o mundo todo se importa com onde elas estão e o que comem; aprenderam também a teclar com o polegar enquanto fingem que participam da conversa. Ou seja, só ficamos mais rídiculos, ainda assim mais vaidosos e mais destraídos."

Carrinho de rolimã, pipa, bicicleta e música.

(Esq.) Ulisses Lopes, Roberto Lopes, Luís Ricardo, William Fernandes e King.

Nasceu no Brasil, em São Paulo, no bairro do Capão Redondo. Ali, ao lado do irmão, Luís Ricardo, aprendeu tudo sobre pipas, bolinha de gude, carrinhos de rolimã, gangues de bicicleta, a ser fiel aos amigos e a trair, sempre que possível e sem dó, os inimigos.

"Formatura" do pré-primário. Recebendo o diploma da professora Elisabete.

Foi educado no Instituto Adventista de Ensino; ali aprendeu a encontrar o caminho para a Escola Municipal de Música de São Paulo, fez grandes amizades, aprendeu tudo sobre a bíblia, adventismo e o cristianismo, o que o fez tomar uma decisão espiritual aos 12 anos: permanecer ateu.

“Quanto mais convicções, mais chances de sair ofendido de uma festa super divertida.”

“Sou ateu pois, por mais emocionados sejam os testemunhos, não há nenhuma evidência da existência de deuses. Os deuses morrem quando acabam seus adoradores. Sempre foi assim.”

Família e Artes

Luiz Fernandes e Zenaide de Freitas
(Esq.) Luiz Ricardo Fernandes, William Fernandes e Zenaide de Freitas

Pais artistas: Luiz Fernandes, investigador de polícia que nas horas livres gravava a própria voz num gravador Aiko, lendo poesias.

Dona Zenaide, mãe amorosa, mas controladora e imparcial, adorava dar festas, compor músicas com o irmão Zenildo, que tocava violão, adorava literatura, decorar a casa e  jardinagem.

 

Primeiro pintura à óleo de Dona Zenaide - 1998

O casal se divorciou num tempo em que divórcio era tabu, como o aborto é hoje. Casou com Sr. João Batista, um baiano da melhor safra que ajudou a restituir os valores familiares que quase se perderam com a separação, e com quem ficou até ela falecer em 2012.

Uma perda não recuperada foi Dona Zenaide ter se desesperado na época do divórcio e aderido ao adventismo. Mesmo assim, nunca perdeu o talento artístico para a pintura e a saborear um vinho.

 

"Até os anos 90, ser visto em público segurando uma câmera, fazendo uma foto de si mesmo, era uma cena triste e cafona. Depois dos anos 90, isso deixou de ser triste. "

A felicidade está num cartão postal.

Mar Vermelho - 1992
Numa paragem no Deserto do Negev, próximo ao Mar Morto em 1992.
Essa mazela fez com que saísse viajando atrás da felicidade , e ao longo de sete anos ficou mochilando pela Turquia, Israel, Grécia, Índia, Jordânia e África. A felicidade não estava lá, porque não está em nenhum lugar. Todos os problemas o seguiram, mas se divertiu muito, além de ter tido experiências raras que vêm permeando suas criações.

 

"O Gabinete do Dr. Caligari". (Das Cabinet des Dr. Caligari) Alemanha, 1920

A paixão pelo cinema e literatura o levaram a colecionar filmes e livros. Hábito antigo. Quando pré-adolescente aceitava desafios do seu grande amigo Humberto Raimundo de Souza, sobre quem leria mais livros em um mês e depois contaria a história de cada livro para o outro. O Cinema já estava na cabeça: nas imagens criadas pelo diretor/leitor de cada livro.

Hoje escreve os livros que gostaria de ter lido, mas nunca encontrou.

"Viajando notei que a inglezação do idioma é um fenômeno que acontece em países miseráveis, e entre as pessoas mais chatinhas desses países."

Jardim, Vinho e Setter Irlandês

Yanik

Paixão por vinhos, cinema e literatura só é superada pelo amor que tem pelos animais. Se pudesse, teria todos em casa, mas como não pode, têm o que considera a melhor raça de cão do mundo: o Setter irlandês.

Baco (c.1595) Caravaggio (1571-1610).

Vem conquistando muitos amigos ao longo de centenas de produções e aventuras, e muitos inimigos também, mas, parafraseando Bette Davis, sobre inimigos, diz Fernandes: “..todos me serviram muito bem, obrigado“.

Realista quanto ao futuro tenebroso do mundo, entende que “(…) a vida não faz o menor sentido”, diz ele; “Cabe a nós, individualmente, dar sentido particular a esse universo indiferente a nossa existência.” Ele dá sentido a sua vida semeando: livros, música, espetáculos, plantas, dúvidas, alimentos …

 

"Falar com extrema franqueza pode dar início a uma bela amizade, e também pode acabar com ela."
"Redes sociais não me atraem. Testei algumas, mas sendo eu psicanalista, lido com a exposição da neurose, narcisismo, solidão, traumas, vaidade, constrangimentos, sonhos, medos e fetiches de cada paciente que confia em mim. Porque diabos eu entraria, no meu tempo livre, num ambiente onde todos fazem precisamente o mesmo?"
"Acho a bíblia dos cristãos uma literatura ruim, mal escrita, confusa, contraditória, sanguinária, repleta de maus exemplos, plágios, fantasias e enganos. Talvez fique bem numa gaveta de criado-mudo de hotel de estrada e nas penitenciárias; nunca nas mãos de crianças e nas escolas. Quem discorda, provavelmente nunca leu a coisa toda com atenção."
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